O quarto método é similar ao terceiro, com a diferença de que você precisa ter duas lentes para fazê-lo. Uma delas vai estar conectada normalmente a câmera e a outra vai estar invertida em frente a ela, como no terceiro método. Uma das vantagens deste método é poder ajustar a abertura pela câmera, além de poder também fotometrar com a ajuda do fotômetro.
Dependendo da distância focal de cada lente utilizada neste método, é possível conseguir uma aproximação realmente grande de detalhes minúsculos do assunto, como visto na imagem acima. No exemplo acima, nenhum corte foi feito no resultado. O quadro inteiro da foto foi limitado a uma única tecla do celular.
Neste método, a lente invertida em frente a uma lente conectada a câmera normalmente, age como um filtro close-up ultra potente. Se com uma única lente invertida a profundidade de campo já era muito reduzida, com este método que usa duas, ela se torna astronomicamente menor. Principalmente se as lentes tiverem grandes distâncias focais.
Só pra se ter uma idéia, repare na profundidade de campo da imagem do resultado acima. Neste exemplo foi utilizada uma lente 50mm invertida, em frente a uma 70-300mm em 300mm conectada a câmera. O ponto de foco na imagem do resultado está na ponta superior direita da letra "e" da tecla "del" no celular.
Mesmo utilizando f/45, a menor abertura possível da lente conectada a câmera, a profundidade de campo neste método é tão pequena, mas tão pequena, que nem mesmo a letra "e" inteira ficou totalmente em foco. A letra "d", mesmo estando cerca de meio milímetro mais à frente da letra "e", já ficou bastante desfocada.
Justamente por ter uma profundidade de campo tão rasa, fotografar com este método exige uma enorme paciência e muita habilidade. Mesmo o menor movimento milimétrico durante a exposição é o suficiente para arruinar completamente o foco.
Não se frustre se tirar mais de 100 fotos e apenas uma ficar razoavelmente boa. A macrofotografia é assim mesmo. Difícil, mas compensadora. Não existe sensação melhor do que conseguir fazer sair perfeita uma fotografia macro de extrema dificuldade!
Usando este método, mesmo não havendo nenhum risco de entrar poeira no sensor, um anel inversor também é muito útil para acoplar a lente normal na lente invertida e eliminar a necessidade de ficar segurando ela.
O quinto e último método é o tubo extensor. Infelizmente eu não o possuo, por isso não pude fazer testes comparativos similares.
Este tubo é conectado a câmera na parte traseira e a lente na parte dianteira. Utilizando este tubo, o limite máximo de distância entre a lente utilizada e o assunto é ampliado. Normalmente são 3 tubos que se encaixam, podendo ser usados individualmente para uma ampliação menor ou em conjunto para uma ampliação maior. A ampliação final depende da distância focal da lente utilizada e do tamanho do tubo.
A vantagem é que este tubo não tem vidros por dentro, portanto não degradam a qualidade da foto como os filtros close-up. A desvantagem é que a luz que chega ao sensor é diminuída, exigindo mais luz ou exposições mais longas.
Existem os tubos sem contatos, que são mais baratos, e os tubos com contatos, que são mais caros. As desvantagens dos tubos sem contatos são a perda da função de focagem automática e da regulagem da abertura através da câmera. Em outras palavras, como o tubo de extensão está entre a câmera e a lente, a câmera "não entende" que ela está indiretamente ligada a lente, já que o tubo não possui contatos.
O tubo com contatos faz a câmera agir da mesma maneira como se estivesse conectada diretamente a lente. Todas as funções executadas normalmente com a câmera conectada diretamente a lente também passam a funcionar, mesmo com o tubo extensor intermediando a conexão.
É importante ressaltar que independentemente do método utilizado, algumas dicas devem ser seguidas sempre para se conseguir melhores fotos macro:
- Tenha paciência, muita paciência. Como eu disse anteriormente, obter ótimos resultados em fotos macro não é nada fácil. Repita a foto quantas vezes forem necessárias para obter o resultado perfeito, sem medo de errar. O erro leva ao aprendizado e o aprendizado leva a perfeição, lembre-se disso.
- Sempre use um tripé, de preferência bem forte e pesado para evitar todo e qualquer movimento que possa desfocar a foto. Se o seu tripé for muito leve, coloque algo pesado sobre ele, como sacos cheios de areia, para aumentar a sua estabilidade.
- Para se assegurar de que não vai haver nenhum movimento causado por você ao apertar o botão do obturador, utilize um disparador remoto com ou sem fio. Se não dispor de um, ajuste o timer da câmera para disparar em 10 segundos e saia de perto.
- Mesmo não havendo nenhum movimento causado por você ou por outros fatores externos, a própria câmera pode se mover alguns milímetros ao subir o espelho interno para começar a exposição. Para evitar isso, se a sua câmera dispor da função Mirror Lock-Up(travar espelho), abreviada como MUP, use-a. Ao usar esta função, será necessário pressionar o botão disparador duas vezes. Uma para levantar o espelho e outra para iniciar a exposição.
- Quando precisar usar altas velocidades de obturador ou for fotografar sob condições de luz fraca, use um flash. O mais apropriado para fotos macro é o flash circular, também conhecido como ring flash. Por ser mais suave, difuso e ter o encaixe certo para a parte frontal da lente, é o mais indicado. Não havendo a possibilidade de usar um flash circular, use um flash normal difuso, de preferência externo para evitar sombras sobre o assunto. Ou ainda outra fonte de luz suave e difusa, como uma lâmpada fluorescente.
Espero que depois desta longa sequência de aulas você consiga fazer excelentes fotos macro, independentemente do método utilizado.
Fique com mais alguns exemplos de fotos macro.
Até a próxima aula!