Imagine algo simples e pequeno que faz parte do seu dia-a-dia, como uma mosca. Moscas estão em toda a parte e em qualquer lugar do Brasil, principalmente nas regiões e estações quentes. Dentro ou fora de casa, com certeza você já viu milhares delas durante a sua vida. Mesmo tendo visto tantas, será que você já parou para reparar em como as moscas são de verdade?
Talvez você até já tenha tido esta curiosidade de tentar observá-las mais de perto, mas como elas são muito rápidas e pequenas, é muito difícil definir a mosca como algo mais, além de um inseto preto com asas. Nossos olhos não conseguem ver nada além disso, mas a lente apropriada de uma câmera consegue.
Você pode se surpreender ao ver o quão interessante pode ser o mundo que está diante dos nossos olhos, mas em seu tamanho real ou ampliado. Como eu disse, aos olhos humanos, um mosca é só uma mosca, um inseto preto com asas, mas aos "olhos" de uma câmera, tudo fica completamente diferente.
Observe atentamente a foto acima. A mesma mosca sem graça da qual eu falava antes, já não parece mais tão sem graça vista por esta perspectiva, não é mesmo? Talvez as mulheres que estão lendo esta aula achem esta foto um pouco nojenta, mas vocês hão de concordar que é no mínimo interessante ver o mundo desta maneira. Quem diria que aqueles dois pontinhos vermelhos e aquelas coisas pretas quase invisíveis aos nossos olhos guardavam tanta riqueza em detalhes?
Este é o principal atrativo da macrofotografia, a riqueza em detalhes que está diante dos nossos olhos e ao mesmo tempo, praticamente invisível a eles.
Lembrando que como já estamos no módulo intermediário, vou priorizar maiores detalhes nesta aula aos métodos utilizados em câmeras DSLR. Isto não significa que a macrofotografia é impossível de ser realizada com outros tipos de câmeras, apenas que os resultados obtidos com as câmeras DSLR serão sempre superiores.
Apesar da fotografia macro em câmeras mais simples não oferecer resultados tão bons quanto nas DSLR, utilizar esta técnica nelas é muito mais fácil do que nas DSLR. Hoje em dia praticamente todas as câmeras, mesmo as mais simples, oferecem uma opção para fazer fotografias macro. Dependendo do modelo, esta opção é acionada ou pelo menu interno da câmera, ou através de um botão próprio para isso no corpo da câmera.
Este botão geralmente é representado pelo símbolo de uma florzinha como na imagem abaixo.
Uma vez acionada a função macro, as fotos deverão ser tiradas a uma curta distância entre a lente e o assunto, normalmente menos de 50cm.
Nas câmeras DSLR, a macrofotografia funciona um pouco diferente, já que esta função não é simplesmente ativada através de um botão. Existem 5 métodos principais para se conseguir fotografias macro. Vamos conhecer cada um deles daqui pra frente.
Como já sabemos, as câmeras DSLR por si só não conseguem fazer nada sem atuar em conjunto com as lentes. Cada lente, dependendo da distância focal e outros fatores, possui um limite de distância mínima para conseguir focar. Se este limite for excedido, a câmera não consegue mais focar o assunto. Por exemplo, se o limite da lente for 50cm e você estiver a 30cm do assunto, não adianta se irritar com a sua câmera ou consigo mesmo, é impossível mesmo conseguir focar.
Esta é uma frustração comum de quem troca a sua câmera mais simples por uma DSLR. Algumas pessoas acham que só porque a câmera é maior e parece ter mais recursos, ela também vai fazer tudo o que a sua antiga câmera fazia, sem nenhum acessório adicional. Terrível engano. Infelizmente nem todas as lentes para câmeras DSLR são apropriadas para a macrofotografia. Alias, a maioria não é. Inclusive aquelas que acompanham o kit inicial das câmeras DSLR atuais.
Existem as lentes macro e as não-macro. Para identificá-las, devemos saber a sua nomenclatura completa. Dependendo da marca da lente, como as da Nikon, macro pode ser referido como "micro". Não existe nada de diferente além do nome entre elas, é só um jeito diferente da Nikon de se referir. Vamos a alguns exemplos:
NIKKOR AF-S DX Micro 85mm f/3.5G ED VR: Esta lente possui o Micro na nomenclatura, portanto é uma lente macro.
NIKKOR AF-S DX 18-55mm f/3.5-5.6G VR: Esta lente não possui o Micro na nomenclatura, portanto não é uma lente macro.
CANON EF-S 60mm f/2.8 Macro USM: Esta lente possui o Macro na nomenclatura, portanto é uma lente macro.
CANON EF-S 18-55mm f/3.5-5.6 IS: Esta lente não possui o Macro na nomenclatura, portanto não é uma lente macro.
Lentes macro por si só já fazem o serviço. É o método mais simples e com a melhor qualidade óptica dentre todos os outros métodos. Estas lentes possuem a capacidade de focar no assunto a uma distância muito menor em comparação as lentes normais. Além da capacidade limite da distância de focagem, você também deve observar a taxa de ampliação que a lente oferece.
Por exemplo, uma lente com a taxa de ampliação 1:2 consegue fazer uma foto com metade do tamanho real. Já uma lente 5:1 consegue fazer uma foto com 5 vezes o tamanho real. Estes números são muito simples de se entender. Toda vez que você for avaliar a taxa de ampliação de uma lente macro, simplesmente substitua os ":" por uma "/", como nas frações que aprendemos na escola.
Uma lente 1:2 fica 1/2, ou seja, um meio, ou metade do tamanho real. Já uma lente 5:1 fica 5/1, ou seja, cinco inteiros, ou cinco vezes o tamanho real. Quanto maior a taxa de ampliação, mais detalhes de assuntos pequenos se consegue.
As lentes macro seriam a opção perfeita, se não fosse um pequeno inconveniente: o preço. Lentes macro costumam ser mais caras do que as normais. Levando o alto custo em consideração, a menos que a pretensão seja se dedicar realmente a macrofotografia ou o dinheiro esteja sobrando, esta não é uma opção muito viável para a maioria das pessoas.
Justamente por causa deste primeira opção pouco viável, foram criados outros métodos que produzem resultados similares por preços mais acessíveis. Vamos conhecê-los nas próximas aulas.
Até a próxima aula!